terça-feira, 9 de agosto de 2011

Governo promete quitar dívidas antigas do leite


O governo do Rio Grande do Norte anunciou que quitará amanhã os valores atrasados do Programa do Leite. Os produtores de leite de cabra receberão R$ 277.132,70 em parcela única. Já os produtores de leite de vaca receberão 4,57 milhões - referentes a quatro quinzenas de produção de leite. O valor será dividido em três parcelas iguais de R$ 1.524.728,81, pagas nos meses de agosto, setembro e outubro. A dívida, porém, pode ser bem maior. De acordo com Francisco Belarmino, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RN (Sindleite), ela gira em torno de R$ 8 milhões. "O governo, na gestão passada, devia R$ 11 milhões ao programa. A gestão atual pagou uma parte dessa dívida. No entanto, acredito que ainda resta algo em torno de R$ 8 milhões ou R$9 milhões".
Pelos valores anunciados, Belarmino desconfia que as indústrias, também afetadas pelo atraso do repasse, não tenham sido incluídas no pagamento. Lirani Dantas, presidente do Sindicato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados (Sinproleite), confirma que a dívida total é de R$ 8,5 milhões e não R$ 4,8 milhões, valor que será pago amanhã. Nem Belarmino nem Lirani tinham sido informados do pagamento. "Pelo que a gente observa, o valor anunciado pelo governo contempla apenas os produtores. Isso resolve apenas parte do problema. O atraso no repasse atinge toda a cadeia, e não só os produtores. A indústria está descapitalizada e tem deixado de comprar leite dos pequenos produtores", completa Lirani Dantas, que representa os produtores de leite do estado. Lirani lembra que o parcelamento foi negociado em abril, mas o recurso só vai ser liberado agora. "De qualquer forma, esperamos que o acordo seja cumprido. Não acreditamos mais em promessa". Os dois lembraram que a promessa do governo era quitar toda a dívida em três parcelas, sendo que a primeira seria paga em julho e não em agosto. A equipe de reportagem tentou entrar em contato com Ronaldo Cruz, diretor da Emater, responsável por realizar os pagamentos, para saber se ainda resta algum débito, mas não obteve êxito. O atraso no pagamento do programa do leite é apontado como principal razão para a desaceleração do setor. O RN produzia cerca de 600 mil litros de leite diariamente. Com o atraso, o volume caiu para 450 mil. Atrasando o pagamento, o governo do Estado, principal comprador de leite, provocou um efeito dominó, atingindo toda a cadeia produtiva. Para não perder o leite, produtores estão procurando queijeiras e vendendo leite in natura porta a porta com o preço abaixo do praticado pelo mercado, segundo Lirani Dantas, do Sindicato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados (Sinproleite). Além do atraso no pagamento, os produtores também tem de lidar com a defasagem do preço. "Tudo isso tem desestimulado o setor", afirma Lirani. Muitos produtores, segundo ele, desistiram de produzir. Outros, se mantém no negócio por falta de opção.


FONTE: tribunadonorte

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