

A menos de 15 dias da data marcada para a votação do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda Ibsen, que determina a divisão igualitária dos royalties do pré-sal entre todos os estados e municípios, o impasse permanece no Congresso Nacional. Hoje (23), três senadores protocolaram projeto propondo uma nova divisão dos recursos oriundos da exploração do petróleo.
Pela proposta, os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ), Lindberg Farias (PT-RJ) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES) sugerem que sejam atualizadas as tabelas usadas para o cálculo da participação especial dos maiores poços produtores de petróleo, “em atenção ao princípio jurídico de que correções monetárias não são alterações de contrato”.
Segundo Dornelles, apenas 4% dos campos de petróleo estão pagando participação especial devido aos “exagerados volumes de isenção” no país. Ainda de acordo com o senador, no início de 2011, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), só 18 campos pagaram participação especial e sete deles concentram 96% do recolhimento total.
“O meu projeto atende aos interesses dos estados não produtores, porque aumenta a participação especial e destinando o resultado dessa elevação aos estados não produtores”, disse Dornelles. Pelo proposta, acrescentou, os estados produtores não participaram do aumento.
Para Dornelles, a modificação da base de cálculo para pagamento da participação especial não representa quebra de contrato. “As alíquotas são praticamente as mesmas, modifica-se a base de cálculo. O petróleo, quando foi definida a participação especial, custava US$ 10 [o barril]. Agora, custa ente US$ 80 e US$ 100. Então, se modifica a base de cálculo. Ou seja, leva em consideração o aumento do petróleo.”
Perguntado se o Palácio do Planalto apoia o projeto, Dornelles disse que “o governo está mais preocupado com as petroleiras do que com os estados não produtores. Meu projeto atende aos interesse dos estados produtores e não produtores e a proposta do governo atende às petroleiras”.
Protocolado hoje (23) na Mesa do Senado, o projeto terá que tramitar por, no mínimo, três comissões técnicas antes de ser levado ao plenário. Contudo, está marcada para o início da próxima semana nova rodada de negociação com representantes dos estados produtores e não produtores, governo e líderes partidários, visando a encontrar uma solução para o impasse.
Maioria no Congresso, os parlamentares dos estados não produtores prometem derrubar o veto de Lula no próximo dia 5 de outubro, caso as negociações não evoluam. Eles querem elevar os ganhos da exploração do petróleo na camada do pré-sal para os municípios e estados não produtores.
Na semana passados, Dornelles, Farias e Ferraço, ao lado do senador Delcídio Amaral (PT-MS), já haviam apresentado outro projeto de lei propondo, entre outros pontos, aumentar a alíquota dos royalties nos campos que vierem a ser licitados, de 10% para 20%.
Pela proposta, elevação propiciará uma arrecadação adicional de aproximadamente R$ 10 bilhões, aumentando a arrecadação de royalties para R$ 19,8 bilhões. A ideia é que eles sejam divididos por estados e municípios produtores (R$ 9,7 bilhões), estados e municípios não produtores (R$ 8,7 bilhões) e a União (R$1,4 bilhão).
fonte: agenciabrasil
Mais de 2 mil produtos consumidos pelos brasileiros no dia a dia já têm o Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (SIPAF).
Esta semana, chegou a 200 o número de permissões para uso do selo em todo o Brasil. O SIPAF foi concedido a 97 associações e cooperativas e também a 15 empresas, que juntas representam mais de 65 mil agricultores beneficiados.
O SIPAF identifica os produtos de origem majoritária da agricultura familiar, o que amplia a visibilidade de empresas e empreendimentos que promovem a inclusão econômica e social dos agricultores familiares, gerando mais empregos e renda no campo.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) criou o selo em 2009, com o objetivo de identificar a produção da agricultura familiar para a população brasileira, que tem em sua alimentação diária 70% de produtos deste segmento.
Os interessados em obter o selo devem estar com a documentação regular: CNPJ, em caso de empreendimento, e CPF, em caso de pessoas físicas. Os que possuem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) devem estar com a declaração dentro do prazo de validade.
Para obter a permissão de uso do selo em seus produtos é preciso encaminhar à Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrários (SAF/MDA) os seguintes documentos: carta de solicitação e proposta de obtenção do SIPAF, seguindo os modelos encontrados no portal da SAF na internet.
A documentação deve ser enviada à secretaria no seguinte endereço: Setor Bancário Norte - SBN, Quadra 01, Bloco "D", Ed. Palácio do Desenvolvimento, 6º andar, CEP: 70.057-900, Brasília – DF.
FONTE: FETRAFBRASIL
Os sindicatos de base da FETRAF/RN, se reuniram nesta quinta-feira dia 22 de Setembro de 2011 , no auditório do Sintraf de Brejinho/RN , para discutir e deliberar a seguinte pauta:
Entre vários outros assuntos de interesse de todos(as) presentes.
Participaram da reunião, os seguintes Sintraf’s: Canguaretama, Santo Antonio, Brejinho, Montanhas, Vila Flôr, Jundiá e Espírito Santo, além dos seguintes diretores(a) da Fetraf/RN: João Cabral de Lira , Maria Avanael Simão e José Dário Fortunato e os funcionários da instituição: Alex Pontes e Raimundo Regeson.
Ao final foi retirado uma agenda de reunião da direção da Fetraf , com a direção do sindicato de Montanhas que ocorrerá no dia 04 de outubro na sede do referido sindicato e marcado para o dia 18 de outubro de 2011 , a próxima reunião da regional que acontecerá no Sintraf de Vila Flôr.
Às 14 horas de segunda-feira (19), a direção executiva da FETRAF-BRASIL reuniu-se com Celso Lacerda, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para discutir o conjunto de medidas à serem adotadas para orientar as ações do governo para realizar a reforma agrária. A discussão teve como base o diagnóstico sobre a realidade agrária no país que o INCRA elaborou.
Além de números, o diagnóstico apresentou aspectos que apontam para a necessidade de realizar a reforma agrária sob novo modelo de desenvolvimento. De acordo com o documento, a produção da agricultura familiar tradicional e orgânica aliadas à reforma agrária demonstra maior rentabilidade e, atenta para a necessidade de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), além de pesquisas qualificadas voltadas para a categoria.
Para Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, o estudo feito pelo Instituto é fundamental para discutir a reforma agrária.
“Pela primeira vez na história o INCRA elaborou um diagnóstico real sobre a reforma agrária. E essa abertura para traçar diretrizes junto com as organizações é de extrema importância para o debate. Os assentamentos não podem ser tratados como um mundo a parte, a política de reforma agrária tem que ser reformulada e efetivada”, considerou Elisângela.
Atualmente, o processo de consolidação de um assentamento demora cerca de 10 anos. Para a FETRAF esse tempo deve ser reduzido no mínimo à metade, já que a reforma agrária é estratégica para o país.
Na ocasião, Lázaro Bento, coordenador de Reforma Agrária da FETRAF-BRASIL, atentou para que a política de desenvolvimentos dos assentamentos tenha foco na produção e comercialização.
A agricultura familiar, que conta com mais de 4,3 milhões de unidades produtivas, o que corresponde a 84% do número de estabelecimentos rurais do Brasil, é responsável também por 38% do Valor Bruto da Produção Agropecuária.
“É importante o INCRA perceber que é no processo de produção e comercialização que se dá a estruturação dos assentamentos, é isso que vai garantir renda e a vida nos assentamentos”, disse Lázaro.
Com a formação de Grupos de Trabalho para detalhamento do diagnóstico e construção de propostas, as mesmas deverão ser encaminhadas à presidenta Dilma Rousseff. O objetivo é que a pauta esteja no centro do governo e possa ser transformada em política pública. As próximas reuniões acontecem nos dias 29 e 30 de setembro.
Participaram da reunião Marcos Rochinski, secretário Geral da FETRAF-BRASIL, Marco Antonio Augusto Pimentel, secretário de Gestão e Finanças e, Maria da Graça Amorim, coordenadora de Meio Ambiente da FETRAF-BRASIL.
fonte: fetrafbrasil
Na última segunda-feira (19) com Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, a executiva da FETRAF-BRASIL apresentou a necessidade de promover maior celeridade no processo de registro sindical e, acabar com a discriminação à entidade para concessão do registro aos Sindicatos dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (SINTRAFs).
Nos próximos 15 dias, deve ocorrer nova reunião com a Secretaria Geral com a participação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), já que ao longo dos anos, a tratativa do MTE com a entidade tem gerado cada vez mais indignação.
Segundo Marcos Rochinski, secretário Geral da FETRAF-BRASIL, desde o início de 2011, a entidade tem participado de reuniões com a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT-MTE), e com o próprio ministro Carlos Lupi, para propor e colocar-se à disposição da pasta para em conjunto acelerar a concessão dos registros.
“Mas a cada audiência com o ministro, onde ele demonstra total disposição para resolução do problema, novos prazos são pedidos e nada é feito. Enquanto isso, cada vez mais sindicatos ligados à base partidário do ministro obtém o registro. É desrespeitosa essa tratativa do ministério e injusta para com os trabalhadores na agricultura familiar”, explicou Rochinski.
No mês de abril, A FETRAF propôs à SRT-MTE que descentralizasse os pedidos de registro sindical da sede do ministério em Brasília, e delegasse às regionais para proporcionar maior agilidade no processo.
Na ocasião, Zilmara David de Alencar, secretária, informou que as regionais já estavam se familiarizando com os procedimentos, e atribuiu o atraso na concessão à paralisação de nove meses de trabalho no ministério em 2010. Entretanto, até agora, nenhuma medida efetiva foi aplicada.
Durante a Jornada Nacional de Lutas da FETRAF-BRASIL, no mês de maio, Carlos Lupi, além de pedir prazo para resolver a questão também da regularização da profissão de agricultor familiar, tentou dividir a responsabilidade com o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Atualmente, inúmeros pedidos de registros da FETRAF, de diversos estados do país, estão parados no ministério.
fonte: fetrafbrasil
Membro da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa (AL), o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) declarou, em entrevista a O Poti/Diário de Natal, que já encontrou diversas falhas graves no projeto do governo que pede a autorização da Casa para fazer um empréstimo de U$$ 540 milhões, junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). "Existem distorções entre a meta física e a meta financeira. Quando se divide o valor do recurso a ser aplicado pelo número de pessoas beneficiadas, muitas vezes esse valor se torna irrisório. Por exemplo, eventos voltados para a feira de agricultura familiar, quando você divide o valor pelo número de feiras, vai dar R$ 13 por cada feira", criticou o parlamentar. Além de avaliar o projeto do empréstimo, o deputado também comentou a possível volta do Proimport à Assembleia, a adesão do PMDB ao governo Rosalba, os preparativos para a sucessão municipal em Natal e a dificuldade que o PT tem de crescer no Rio Grande do Norte.Confira:
O Poti - Qual a sua análise sobre o projeto do governo que pede a autorização da Assembleia Legislativa para a aquisição do empréstimo de U$$ 500 milhões junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird)?
Fernando Mineiro - Eu penso que é preciso analisar mais a fundo os itens que contam no empréstimo. Na verdade, o que me interessa nessa discussão é jogar uma lupa sobre o uso dos recursos e verificar a sua eficácia. É importante que o estado possa ter acesso a isso. A gente precisa, para além das metas estabelecidas, saber quais são os recursos apresentados, quais são as metas financeiras, qual é a aplicação, quem serão os beneficiados. Neste sentido, acho a proposta muito frágil. Na verdade, o governo Rosalba fez uma colagem de vários estudos, vários projetos que já existiam no governo passado. Ele já começa citando o PAE, que é o Plano de Ação Estadual de Combate à Desertificação, que eu conheço bastante, pois ajudei a elaborá-lo aqui no estado. Foram retirados os documentos do governo passado em relação ao Prodetur, assim como os dados da Educação. Então, o palavreado do projeto tem a ver com os documentos já elaborados anteriormente. A mim interessa a aplicação desses recursos. Daí, vejo grande fragilidade em todas as áreas. Minha posição é que devemos buscar o aprimoramento do uso dos recursos a favor da sociedade, que é quem vai pagar esse custo.
Nos termos técnicos, o texto esclarece todas as implicações do projeto ou deixa dúvidas?
Existem muitas dúvidas. Por exemplo, qual o custo desse empréstimo? Qual vai ser a contrapartida? Por que o governo optou por tomar emprestado recursos do Banco Mundial e não de outros agentes financiadores? Quanto custará? É mais vantajoso para a sociedade receber dinheiro do Bird e não do BNDES e outros financiadores nacionais? É preciso esse debate. No documento não tem escrito qual é o custo que o estado terá, nem em quantos anos será. Esse debate precisa ser feito. É muito frágil a matriz de justificativadas ações. Quando você vai analisar determinadas ações, tem disparates que precisam ser esclarecidos. Um projeto que se chama "RN Sustentável" não tem nada, por exemplo, em relação à capacitação de mão de obra para a juventude. Não encontrei nada no projeto que significasse uma ação prioritária. Você tem quase 20% da população na área de extrema pobreza. Cerca de 25% na Grande Natal. Então, são poucas ações voltadas para esse setor, para essa área. Existem muitas questões para serem debatidas, aprofundadas e esclarecidas.
Na divisão dos recursos no projeto do empréstimo, a área de consultoria ficou contemplada com 9% do total. O senhor acha esse valor alto?
Na minha opinião, sim. Por exemplo, com todos os dados da carência da estrutura da Saúde no Rio Grande do Norte, é um disparate destinar U$$ 37 milhões para a Saúde e R$$ 50 milhões para a Consultoria. É preciso rediscutir essa questão. Outro dado interessante é que 23% dos recursos contemplam a área de Agricultura, mas no próprio projeto há um estudo que mostra a tendência de redução da produção agrícola no estado para os próximos anos. É contraditório fazer essa leitura e centralizar quase um quarto dos recursos nessa área. O projeto não faz nenhuma relação, por exemplo, à questão da energia. O projeto também não contempla o saneamento. Um dos grandes problemas de todo o Brasil é o acesso à água para a população rural e o projeto não contempla. De quatro pessoas abaixo da linha da pobreza, três estão na Zona Rural, então é necessário criar estrutura para este setor.
O projeto se encontra agora na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), da qual o senhor faz parte. Tecnicamente, o projeto possui algum problema constitucional ou passará pela comissão sem maiores problemas?
Em termos técnicos, a primeira função da comissão é analisar a constitucionalidade da matéria. Vamos também discutir o mérito, por isso precisamos de dados como os custos e a capacidade de endividamento. Temos que saber se Assembleia não vai cometer um erro ao aprovar um projeto sem muito debate e esclarecimentos. Isso pode comprometer as finanças. Eu, a princípio, acho que o Estado tem capacidade de endividamento. O que estou questionando não é a figura constitucional. É a destinação dos recursos. Se serão bem aplicados, se terão destinação correta, se impactarão a economia, as relações sociais, enfim todos os impactos que causará.
O senhor pretende apresentar emendas ao projeto ainda na CCJ?
Não estou preocupado em apresentar emendas. Estou movido para fazer uma análise e contribuir para modificar, melhorando o projeto. Inclusive, acho que se o governo tivesse mais abertura para ouvir outras vozes, se fosse mais democrático, poderia discutir com a Assembleia o que poderia ser modificado e o próprio governo encaminhar as modificações. Então, essa questão de apresentar quais emendas para mim é um movimento secundário. Quero discutir o projeto como um todo e sua destinação. O governo poderia fazer esse movimento, de ver o que poderia mudar. Não precisa ser uma queda de braço entreo Executivo e o Legislativo. Acho equivocada esse tipo de postura. O projeto tem falhas. A Assembleia pode sim contribuir para melhorar a proposta. Meu objetivo é melhorar o projeto e discutir as melhorias que esses recursos podem trazer para a sociedade.
Deputado, o secretário-chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes, advertiu que mudanças no projeto enviado pelo governo podem inviabilizar o empréstimo, pelo fato de o texto cumprir as normas estabelecidas pelo Bird. Então deve existir cautela nessas mudanças?
A mim não surpreende essa declaração do secretário Paulo de Tarso. Ele foi deputado, assessor jurídico da Assembleia e vem dizer um disparate desse. É aquela coisa. Se eu fosse governo, iria perguntar o que é que a Casa quer que melhore, o que a sociedade sugere e não ter essa atitude. O governo é muito autocrático. Essa é a cara do governo. Ninguém pode discutir nada. Eu sei que o doutor Paulo de Tarso é uma grande autoridade jurídica. Mas, tem hora que ele se comporta negando toda sua história. Ele sabe muito bem que está jogando para a plateia, com essa frase de efeito. Ele sabe muito bem que a Assembleia pode sim debater, esclarecer e modificar, que não terá nenhuma alteração. Mas, a mim não interessa esse tipo de questionamento. Minha questão é a atração dos recursos e o papel que eles terão no Rio Grande do Norte.
Quais as falhas o senhor identificou?
Existem distorções entre a meta física e a meta financeira. Quando se divide o valor do recurso a ser aplicado pelo número de pessoas beneficiadas, muitas vezes esse valor se torna irrisório. Por exemplo, eventos voltados para a feira de agricultura familiar, quando você divide o valor pelo número de feiras, vai dar R$ 13 por cada feira. Então, é um negócio ineficaz, impossível de se realizar. Os recursos destinados para a capacitação dos servidores da Educação, em cinco anos, o projeto diz que vai formar três mil professores, com valor de R$ 500 por ano. Isso é um disparate. Então, acho que isso precisamos melhorar. Como o Banco Mundial é umbanco sério, qualquer pessoa que olhar a matiz de objetivos e a meta fística, pode ver que há chutômetro nos valores colocados. Isso sim inviabiliza. Os valores são jogados a bel prazer. Um projeto mal elaborado pode inviabilizar o empréstimo. A correção das falhas vai viabilizar a aprovação do crédito.
O governo se prepara agora para enviar o Proimport novamente à Assembleia Legislativa (AL). A expectativa é de que volte com uma nova roupagem, mas com o mesmo objetivo. Qualquer proposta de incentivo à importação é inconstitucional e deve ser rejeitada na CCJ ou pode ser modificada para ajudar a revitalizar o Porto de Natal?
Eu espero que o governo não faça uma maquiagem. Não sei se essa nova roupa vem com maquiagem ou não. Que mude o conteúdo do projeto. Não conheço ainda a nova proposta. Minha discussão não será em relação à roupa, mas ao conteúdo. Vou esperar chegar a nova proposta para avaliar o teor do projeto.
Qual a avaliação do senhor sobre a adesão do PMDB ao governo Rosalba Ciarlini (DEM)?
Vejo sem surpresa. Uma parte do PMDB já estava participando do governo. Formalmente, ainda não tinha participado, mas agora está participando. Nenhuma movimentação política neste estado me surpreende. Eles estão compondo no estado para defender seus interesses para as eleições de 2012, 2014, 2016, 2018 e por aí vai. Não tenho nenhuma surpresa com essa modificações que se faz na política local.
Essa aliança do PMDB com o DEM, em nível local enfraquece o grupo que se define como base do Governo Dilma no estado?
Não, porque os partidos da base do governo possuem atuação em Brasília. Pelo que sei, não houve nenhuma ruptura do PMDB com o governo da presidente Dilma. Então não tem nenhuma alteração nessa questão. Agora, os arranjos locais mudam. Para mim, não há nenhuma alteração. Minha relação com eles continua a mesma. Não tem nenhuma diferença.
Na Assembleia, o senhor já vê alguma mudança de conjuntura provocada por essa adesão?
A minha tese é que independente de adesão ou não, essas questões não pesam na casa durante os projetos de maior interesse da sociedade. Tem que perguntar aos deputados do PMDB, do PSD. Vejo uma grande disputa entre eles ali. A base da governadora está tensionada. Há uma disputa de espaço entre eles. Confesso que não tenho condições de avaliar. Não vejo alteração. Quem pode avaliar melhor é o governo e os deputados que pretendem aderir a Rosalba. Minha posição continua a mesma. Tenho a mesma sensação, impressão e avaliação de que o governo Rosalba deixa muito a desejar. Há um processo crescente de frustração em relação aos resultados. Foi um governo que prometeu fazer acontecer e tem se resumido a um centralismo muito forte, não dialoga com a sociedade. No meu ponto de vista, não está conseguindo fazer acontecer.
Deputado, durante o processo da volta da reeleição na Assembleia Legislativa, o senhor chegou a citar que os acordos aqui são muito frágeis. Gostaria que o senhor explicasse essa fragilidade dos acordos.
Eu avalio que esses acordos, as decisões que ocorrem, representam os acordos feitos entre as forças políticas que estão no comando do governo. Por que acabou a reeleição no ano passado? Porque a força política vitoriosa, o rosalbismo né, para ele interessava que a Assembleia tivesse um comando de só um período da mesa. Então, a maioria dos deputados votou para atender a essa visão. Nesse primeiro semestre, essa situação mudou. Existe um acordo, que envolve o rosalbismo e boa parte do PSD. Como os acordos são frágeis e amanhã podem se modificar, então eles já votaram e resolveram daquela forma, para não correr o risco de mudança.
Isso prejudica de alguma forma a Casa?
Acredito que congela o debate político. Congela a possibilidade de surgir novas referências, prejudica uma relação mais autônoma do Legislativo em relação ao Executivo, cria uma acomodação. Isso impede o surgimento de novas lideranças. Tudo isso é decorrente do legislativo que nós temos, que é resultado de como a sociedade vota. Desejoque tenha melhorias, que mude. Mas isso só vai acontecer quando a sociedade mudar, inclusive na forma de escolher seus representantes. Não sou ingênuo de achar que vamos mudar isso por causa dos olhos de A ou B. Não. Acredito que a sociedade precisa estar mais presente, para questionar, acompanhar nosso trabalho e se posicionar melhor durante as eleições.
Mineiro, sua candidatura a prefeito de Natal é irreversível?
Estou decidido. É um momento muito importante para nós do PT e para a cidade. Quero debater Natal. Quero dar minha contribuição para pensar possibilidade de modernizar a gestão, atender demandas desprezadas até o momento. Natal precisa de uma gestão inovadora. As sucessivas administrações deixaram muito a desejar no sentido de mudar o gerenciamento da gestão, a forma de governar e responder às políticas sociais. É preciso envolver a sociedade no processo de desenvolvimento. A cidade merece mais do que está tendo.
Mas essa candidatura depende da viabilidade em um arco de alianças ou o PT pretendelançar seu nome mesmo que esteja sozinho?
Minha obsessão é fazer um arco de aliança com o povo, com a sociedade, com aqueles que querem ousar. Como a eleição é em dois turnos, me sinto muito a vontade para dizer que, no que depender de mim, mesmo que não tenha aliança, nós iremos apresentar uma nova proposta para a sociedade. Muitas vezes são feitas alianças artificiais demais e a sociedade é quem paga, pois perde o direito de debater melhor os problemas da cidade. Eu defendo que o Partido dos Trabalhadores, independente de alianças, faça uma chapa própria para o Executivo e também para o Legislativo. Natal também merece uma outra Câmara. Acho que o PT tem como, não só reeleger o Lucena, mas ampliar sua participação na Casa. Estou muito engajado nesse projeto. Vamos buscar alianças, mas para mim não é uma questão central. Não quero fazer acordos de gabinetes. Para mim, o setor central é debater com a sociedade.
Tanto em Natal como em nível estadual vemos o lançamento de múltiplas candidaturas nos anos pré-eleitorais e a bipolarização da campanha no ano eleitoral. O senhor acredita que em 2012 vai ser diferente?
Sobre as outras candidaturas não sei, mas a nossa será apresentada sim. Até porque é uma decisão local, referendada pela direção estadual e dentro dos objetivos da executiva nacional do PT. Nós vamos lançar candidaturas nas principais cidades e capitais. Estamos num projeto de reforçar o partido. No geral, não acredito que haverá essa bipolarização, como mostra a história recente da nossa cidade. Acredito que deveremos ter várias candidaturas em disputa. A nossa está aí. Estamos trabalhando. Estou conversando com o sem teto até os construtores de teto, com todos os setores da sociedade.
Deputado, na contramão do cenário nacional, o PT do Rio Grande do Norte encontra dificuldades para crescer. Como o senhor avalia essa dicotomia: um partido grande nacionalmente e pequeno em nível local?
Há muitas coisas que contribuem para isso. Há erros nossos do PT. Existem também questões fora do nosso desejo, como afragilidade da política local, dos movimentos sociais, da própria economia. A população local é muito dependente da política. A forma como as forças políticas tradicionais se apoderaram da máquina pública, favorecendo seus grupos também é um fator que contribui para isso. Tem também a capacidade de renovação do filhotismo na política local, uma série de eventos. Existe o próprio contexto do Estado e da cidade do Natal. Agora, não sou daqueles que ficam se auto chicoteando. Faz parte. Se você observar, o Rio Grande do Norte é um Estado, na esfera nacional, onde se fazer política de forma independente é muito difícil. O Estado tem oportunidade de entrar em outro cenário. Podemos começar essa mudança em 2012, por Natal, como já aconteceu em outras capitais.
Fonte: Diário de Natal
Ao discursar pela primeira vez na viagem que faz esta semana a Nova York, a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (19) que a saúde da mulher é prioridade de seu governo. Acrescentou que está fortemente empenhada na redução de problemas que afetam esse segmento da população, como o câncer de mama e o de colo de útero, além da mortalidade infantil.
Ela citou medidas que estão sendo adotadas para reduzir esses problemas. “Estamos facilitando o acesso aos exames preventivos, melhorando a qualidade das mamografias e ampliando o tratamento para as vítimas de câncer”, disse em discurso na Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas não Transmissíveis, da Organização da Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Dilma ressaltou que a defesa do acesso a medicamentos e a promoção e prevenção à saúde devem caminhar juntas. Ela citou dados que mostram que no Brasil 72% das causas não violentas de óbito entre pessoas com menos de 70 anos ocorrem em função das chamadas crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e câncer. Lembrou que uma das primeira medidas de seu governo foi garantir o acesso gratuito a medicamentos para diabetes e hipertensão.
“O Brasil defende o acesso aos medicamentos como parte do direito humano à saúde. Sabemos que é elemento estratégico para a inclusão social, a busca da equidade e o fortalecimento dos sistemas públicos de saúde”, explicou.
A presidenta ressaltou que o Brasil está intensificando o combate aos fatores de risco com maior influência no aparecimento das doenças crônicas não transmissíveis como o tabagismo, o uso abusivo de álcool, a inatividade física e a alimentação não saudável. “Outra iniciativa do meu governo foi a assinatura de acordos com a indústria alimentar para a eliminação das gorduras trans e a redução do sódio. Queremos avançar ainda mais no combate ao tabagismo, com a implementação plena dos artigos da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco”.
Dilma disse esperar que as discussões na ONU produzam passos decisivos na redução das doenças crônicas não transmissíveis, sobretudo entre a parcela mais pobre da população. “A incidência desproporcional dessas doenças entre os mais pobres demonstra a necessidade de repostas integrais aos nossos problemas. É fundamental que haja coordenação entre as políticas de saúde e aquelas destinadas a lidar com os determinantes socioeconômicos dessas enfermidades”, concluiu.
Na parte da tarde, Dilma se reúne com Michelle Bachellet, ex-presidenta do Chile e chefe da agência da Organização das Nações Unidas para a Mulher. Em pauta, os esforços conjuntos que podem ser desenvolvidos para incentivar a participação das mulheres em ações políticas e institucionais no mundo.
FONTE: agenciabrasil