sábado, 15 de janeiro de 2011

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Brasília (AE) - Em meio à forte especulação sobre o tamanho do contingenciamento de gastos do Orçamento da União deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, demonstrou ontem forte preocupação com rumores de que teria sugerido à presidente, Dilma Rousseff, um bloqueio mais alto das despesas. Antes mesmo da reunião ministerial, o ministro tratou de desmentir a notícia de que o governo já teria fechado o corte em R$ 50 bilhões.

fábio rodrigues pozzebomMinistro Guido Mantega afirma: “Não acreditem em números!”Ministro Guido Mantega afirma: “Não acreditem em números!”



















Em uma entrevista, pela manhã, Mantega mostrou irritação e desconforto com a divulgação da notícia. “Os números (do corte) não foram construídos, portanto não procedem esses números que aparecem na imprensa. Não é nem 20, nem 30, nem 40 nem 50 (bilhões de reais)”, disse, ao falar do tamanho do corte. “Não acreditem em números!”, acrescentou.

Logo cedo, a assessoria do ministro dava sinais aos jornalistas que fazem a cobertura diária do Ministério da Fazenda de que Mantega queria dar um recado sobre os cortes. Até agora, os números que vinham sendo divulgados nos bastidores do governo para os cortes eram entre R$ 35 bilhões e R$ 40 bilhões.

Os jornalistas foram alertados de que o ministro iria falar sobre o assunto na portaria do Ministério da Fazenda. Na entrevista, que durou apenas cinco minutos, Mantega também quis afastar a ideia de que a presidente Dilma poderia anunciar hoje, na reunião ministerial, o tamanho do corte, o que, segundo ele, só ocorrerá no início de fevereiro.

“Não existe esse número (R$ 50 bilhões). Quem falou não está autorizado. Eu é que tenho a palavra sobre isso. Portanto, não há nenhum número”, criticou. Ele insistiu em afirmar que o Ministério da Fazenda não tem proposta ainda sobre os cortes. “Se alguém falou em nome do Ministério da Fazenda não estava autorizado. Nós vamos construir esse número. É precipitado”, atacou.

Mantega destacou que haverá uma orientação para uma redução “máxima e sensível” de gastos de custeio e que agora é preciso identificar as “gorduras” que podem ser cortadas. “Nós temos de revisar todos os principais gastos de custeio. Desde viagens, diárias, até contratação de empresas e serviços. Todos os gastos de custeio, como aluguel de prédios, tudo isso tem de ser postergado. Não deve ser feito”.

É preciso mais intervenção no câmbio

Brasília (AE) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a decisão do Banco Central (BC) de fazer uma operação de swap cambial reverso é mais uma orientação de que, neste momento, é necessária uma intervenção no mercado de derivativos. “E o Banco Central voltou a fazer. É uma atuação clássica no câmbio”, disse o ministro, que confirmou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a realização dos leilões de swap cambial reverso pelo BC.

“Se tem empresas e bancos na posição vendida futura, eles vão sair na posição comprada futura, de modo a neutralizar essa pressão. Quando alguém fica vendido no mercado futuro aumenta a oferta de dólar e, portanto, desvaloriza o dólar e valoriza o real. Quando você entra com swap reverso, quer dizer compra futura de dólar, neutraliza a venda e impede que haja uma valorização do real”, afirmou Mantega, na portaria do Ministério da Fazenda.

O swap cambial reverso é um contrato feito entre o BC e instituições financeiras no mercado futuro. O swap vem do inglês “troca”. Nesse caso, é feita uma troca de rentabilidades: dólar por juro. No período de vigência do contrato, o BC ganha a variação do dólar, a ser pago pelos bancos. As instituições financeiras, por sua vez, ficam com a remuneração da taxa Selic, que será bancada pelo governo.

Como o BC fica com a variação do dólar, seja ela positiva ou negativa, a colocação desses contratos equivale à compra da moeda pelo BC. Por essa característica, swaps reversos podem elevar as cotações do dólar. O termo “reverso” é usado porque originalmente, quando começaram a ser utilizados, os contratos de swap funcionavam de forma inversa: o BC pagava a variação do dólar e recebia o juro.

Inflação sobe por causa dos commodities

Brasília (AE) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu, mais uma vez, a maior inflação verificada no Brasil à alta das commodities. Ele salientou que o IPCA fechou 2010, por mais um ano, dentro do intervalo da meta - o índice foi de 5,9% e a meta vai de 2,5% a 6,5% - e deve desacelerar em 2011, fechando em 5%. Mantega admitiu que as inundações em vários municípios brasileiros deve levar a mais aumentos nos preços dos alimentos.

De qualquer forma, o ministro prevê uma safra agrícola recorde, o que mostra que não há problemas de oferta. Mas ele explicou que os preços sobem porque o valor das commodities está elevado no exterior, o que por outro lado tem um efeito positivo, porque aumenta a receita dos exportadores desses produtos.

Mantega destacou também que os preços administrados e de produtos manufaturados têm se comportado bem, o que é positivo para o cenário inflacionário. Ainda assim, o ministro disse que “o Banco Central está aí para atuar”, se for necessário.

Em um relato sobre a reunião ministerial de ontem, Mantega disse que explicou a política cambial brasileira e que o governo busca evitar exageros. Ele salientou que o câmbio reflete a solidez do País e o fato de ser uma das economias que mais cresce no mundo. O ministro disse que o Brasil tem tomado medidas para impedir a volatilidade da moeda norte-americana e, segundo ele, se não fossem as atuações do governo, a taxa de câmbio já estaria na casa de R$ 1,45 a R$ 1,50.

Outro tópico mencionado por Mantega sobre a reunião foi a política fiscal. “Temos que fazer esforço de redução de gastos, principalmente de custeio”, disse o ministro.


Fonte: www.tribunadonorte.com.br

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