domingo, 11 de dezembro de 2011

Agricultor melhora manejo das hortaliças, diz Andef


Análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constatou que produtores rurais têm usado agrotóxicos não autorizados para combater pragas no plantio de determinados alimentos. O próprio relatório revela, entretanto, um fato positivo, segundo a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef). "Os números mostram que os produtores rurais vêm se mostrando preocupados em melhorar o manejo da lavoura quando aplicam os produtos", diz.

Divulgados na última terça-feira, 6 de dezembro, os dados revelam que das 2.488 amostras analisadas, 28% apresentaram resultado insatisfatório para a presença de resíduos dos produtos. Deste total, 605 (24,3%) amostras estavam contaminadas com agrotóxicos não autorizados.

Por outro lado, 72,4% estão em conformidade com a legislação e as boas práticas agrícolas. Dos 18 tipos de alimentos, em 8 culturas não ocorreu nenhuma inconformidade. "É o caso, por exemplo, da batata", destaca Eduardo Daher, diretor executivo da Andef.

"Em relação às culturas nas quais foram identificados resultados acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR) é necessário esclarecer que, no geral, os valores de inconformidade obtidos, de 3,6%, são baixos e igual aos encontrados em programas de monitoramento em países onde se pratica uma agricultura de escala. E, ao observar apenas as amostras que apresentaram índices acima do LMR, o resultado é ainda mais positivo: 1,7%", explica o dirigente.

De acordo com ele, os resultados apresentados pelo programa PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos), da Anvisa, não devem desestimular a população a consumir frutas e verduras. "Esse é um hábito saudável e recomendado por todos os nutricionistas e médicos", diz o diretor da Andef, fazendo referência ao fato de a divulgação dos dados sobre as não conformidades estarem provocado a resistência dos consumidores em comprar os alimentos classificados como "vilões".

Mariliza Scarelli Soranz, diretora da Associação Hortifrutiflores de Jarinu e do Instituto Brasileiro de Frutas, acredita que a forma com que as informações da pesquisa são divulgadas leva prejuízo ao pequeno agricultor e o deixa desmotivado a permanecer na atividade, principalmente pela baixa demanda dos alimentos.

No monitoramento da Anvisa, a maioria das inconformidades se refere ao uso de agrotóxicos não registrados para determinadas culturas. Isso ocorre quando o agricultor utiliza um determinado defensivo registrado para o tomate, por exemplo, para combater uma mesma praga que ataca o pimentão - mas que não dispõe do mesmo registro. Há alguns anos, a legislação autorizava este manejo, porém atualmente o impede.

Análise da Anvisa encontrou inconformidades

Brasília (ABr) - Em 2010, a Vigilância Sanitária avaliou 2.488 amostras de alimentos, sendo que 28% apresentaram resultado insatisfatório para a presença de resíduos dos produtos. Deste total, 605 (24,3%) amostras estavam contaminadas com agrotóxicos não autorizados. Quando o uso de um agrotóxico é autorizado no país, os órgãos responsáveis por essa liberação, indicam para que tipo de plantação ele é adequado e em que quantidade pode ser aplicado. Em 42 amostras (1,7%), o nível de agrotóxico estava acima do permitido. Em 37% dos lotes avaliados, não foram detectados resíduos de agrotóxicos.

"Os resultados insatisfatórios devido à utilização de agrotóxicos não autorizados resultam de dois tipos de irregularidades, seja porque foi aplicado um agrotóxico não autorizado para aquela cultura, mas cujo [produto] está registrado no Brasil e com uso permitido para outras culturas, ou seja, porque foi aplicado um agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro no país, logo, sem uso permitido em nenhuma cultura", conclui o relatório. O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e 57% das amostras com avaliação ruim. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas 145 amostras analisadas.

fonte: tribunadonorte

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